terça-feira, 28 de junho de 2011

De Ushuaia a La Quiaca

Read more...

domingo, 19 de junho de 2011

Le Testament de Tibhirine - O Testamento de Tibhirine



Quand un à-Dieu s'envisage

S’ il m’arrivait un jour - et ça pourrait être aujourd’ hui -
d’être victime du terrorisme qui semble vouloir englober maintenant
tous les étrangers vivant en Algérie,
j’aimerais que ma communauté, mon Eglise, ma famille,
se souviennent que ma vie était DONNEE à Dieu et à ce pays.
Qu’ils acceptent que le Maître Unique de toute vie
ne saurait être étranger à ce départ brutal.
Qu’ils prient pour moi:
comment serais-je trouvé digne d’une telle offrande ?
Qu’ils sachent associer cette mort
à tant d’autres aussi violentes
laissées dans l’indifférence de l’anonymat.
Ma vie n’a pas plus de prix qu’une autre.
Elle n’en a pas moins non-plus.
En tout cas, elle n’a pas l’innocence de l’enfance.
J’ai suffisamment vécu pour me savoir complice du mal
qui semble, hélas, prévaloir dans le monde,
et même de celui-là qui me frapperait aveuglément.
J’aimerais, le moment venu, avoir ce laps de lucidité
qui me permettrait de solliciter le pardon de Dieu
et celui de mes frères en humanité,
en même temps que de pardonner de tout cœur
à qui m’aurait atteint.
Je ne saurais souhaiter une telle mort.
Il me paraît important de le professer.
Je ne vois pas, en effet, comment je pourrais me réjouir
que ce peuple que j’aime soit indistinctement
accusé de mon meurtre.
C’est trop cher payer ce qu’on appellera,
peut-être, «la grâce du martyre»
que de la devoir à un Algérien, quel qu’il soit,
surtout s’il dit agir en fidélité à ce qu’il croit être l’Islam.
Je sais le mépris dont on a pu entourer
les Algériens pris globalement.
Je sais aussi les caricatures de l’ Islam
qu’encourage un certain islamisme.
Il est trop facile de se donner bonne conscience
en identifiant cette voie religieuse
avec les intégrismes de ses extrémistes.
L’Algérie et l’Islam, pour moi, c’est autre chose,
c’ est un corps et une âme.
Je l’ai assez proclamé, je crois,
au vu et au su de ce que j’en ai reçu,
y retrouvant si souvent ce droit-fil conducteur de l’Evangile
appris aux genoux de ma mère, ma toute première Eglise,
précisément en Algérie, et déjà,
dans le respect des croyants musulmans.
Ma mort, évidemment, paraîtra donner raison
à ceux qui m’ont rapidement traité de naïf, ou d’idéaliste:
«Qu’il dise maintenant ce qu’il en pense!»
Mais ceux-là doivent savoir que sera enfin libérée
ma plus lancinante curiosité.
Voici que je pourrai, s’il plaît à Dieu,
plonger mon regard dans celui du Père,
pour contempler avec lui Ses enfants de l’Islam
tel qu’Il les voit
, tout illuminés de la gloire du Christ,
fruits de sa Passion, investis par le Don de l’Esprit
dont la joie secrète sera toujours d’établir la communion
et de rétablir la ressemblance, en jouant avec les différences.
Cette vie perdue, totalement mienne, et totalement leur,
je rends grâce à Dieu qui semble l’avoir voulue tout entière
pour cette JOIE-là, envers et malgré tout.
Dans ce MERCI où tout est dit, désormais, de ma vie,
je vous inclus bien sûr, amis d’ hier et d’ aujourd'hui,
et vous, ô mes amis d’ ici, aux côtés de ma mère et
de mon père, de mes sœurs et de mes frères et des leurs,
centuple accordé comme il était promis !
Et toi aussi, l’ ami de la dernière minute,
qui n’ auras pas su ce que tu faisais.
Oui, pour toi aussi je le veux, ce MERCI,
et cet «A-DIEU» en-visagé de toi.
Et qu'il nous soit donné de nous retrouver, larrons heureux,
en paradis, s'il plait à Dieu, notre père à tous deux.
AMEN !
Incha Allah !

Quando se tem de enfrentar um A-DEUS...  Se acontecer um dia - e poderia ser hoje -
em que eu me torne uma vítima do terrorismo que agora parece pronto a engolir
todos os estrangeiros que vivem na Argélia,
gostaria que minha comunidade, minha Igreja e minha família
se lembrassem que minha vida foi DADA por Deus e a este país.

Peço-lhes que aceitem que o Único Mestre de toda vida
não desconheceu esta partida brutal.
Peço-lhes que rezem por mim:
pois como poderia ser eu digno de tal oferta?
Peço-lhes que consigam ligar esta morte às muitas outras mortes
que são da mesma forma violentas, mas esquecidas pela indiferença e o anonimato.
Minha vida não tem mais valor do que qualquer outra.
Nem também menos valor.

Em qualquer caso, ela não tem a inocência da infância.
Vivi o bastante para saber que sou também um cúmplice no Mal
que parece, infelizmente, prevalecer no mundo,
mesmo naquele mal que me mataria cegamente.
Gostaria que, quando vier o tempo, ter o momento de lucidez
que me permitira pedir o perdão de Deus
e de todos os seres humanos meus amigos,
e ao mesmo tempo perdoar com todo meu coração aquele que me matará.

Não desejo tal morte.
Parece-me importante declarar isto.
Não vejo, de fato, como poderia me alegrar
se este povo que amo for acusado indiscriminadamente de meu assassinato.
Responsabilizar um argelino, quem quer que seja,
seria um preço muito alto para pagar
para aquilo que talvez seja chamado "a graça do martírio",
especialmente se ele diz que agiu em fidelidade com o que acredita que seja o Islã.

Estou consciente da pecha que será jogada a todos os argelinos indiscriminadamente.
Também tenho consciência da caricatura do Islã que um certo islamismo encoraja.
É fácil salvar a própria consciência identificando-se nesta via religiosa
com as ideologias fundamentalistas de seus extremistas.

Para mim, a Argélia e o Islã são algo diferente: são um corpo e uma alma.
Disse isto bastante freqüentemente, creio eu,
sabendo que recebi aqui mesmo o verdadeiro caminho do Evangelho,
aprendido no joelho de minha mãe, minha primeira Igreja de fato,
na própria Argélia, e já inspirada com respeito por crentes muçulmanos.

Minha morte, claramente, parecerá justificar
aqueles que me julgam apressadamente ingênuo ou idealista:
"Deixe-o dizer-nos agora o que ele pensa sobre isto!"
Mas estas pessoas precisam compreender
que minha mais ávida curiosidade será então satisfeita.
Pois isto será o que serei capaz de fazer, se Deus assim o quiser -
imerso meu olhar naquele do Pai,
contemplarei com ele seus filhos do Islã da mesma forma como ele os vê,
todos radiantes com a glória do Cristo,
o fruto de sua Paixão, e cheio com o Dom do Espírito,
cuja alegria secreta será sempre de estabelecer a comunhão
e de remodelar a semelhança divina, brincando com nossas diferenças.

Por esta vida perdida, totalmente minha e totalmente deles,
agradeço a Deus que parece tê-la desejado inteiramente
para esta ALEGRIA em tudo e a despeito de tudo.
Neste AGRADECIMENTO, que resume minha vida inteira a partir de agora,
certamente incluo vocês, amigos de ontem e de hoje,
e vocês, meus amigos deste lugar,
junto com minha mãe e meu pai, minhas irmãs e irmãos e suas famílias --
cem vezes me foi dado a mais como prometido!

E também você, o amigo do meu momento final,
que não terá consciência do que estiver fazendo.
Sim, quero AGRADECER a você e este "A-DEUS" é para você
em quem eu verei a face de Deus.
E possamos nós dois encontrarmo-nos, os felizes bons ladrões no Paraíso,
se isto agradar a Deus, o Pai de ambos... Amen! In sha'Allah!


Alger, 1er décembre 1993
Tibhirine, 1er janvier 1994

Read more...

Search This Blog

Followers

  © Free Blogger Templates Photoblog III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP